Até aos 22 anos, Pedro Sousa viveu para o surf. A modalidade arrastou-o para a representação e mudou-lhe a vida, mas continuou a ser central para o ator que é um dos quatro protagonistas do novo projeto de ficção da TVI.

A primeira personagem que interpretou foi Rafael, o surfista/protagonista do filme “Deste Lado da Ressurreição”, realizado por Joaquim Sapinho e muito bem recebido pela crítica nacional e internacional.

Pedro foi escolhido por causa do surf e dizia ao realizador: “Joaquim, eu não sou ator, sou surfista. ‘Não, tu és ator, tu é que não sabes’”. A carreira na representação que foi construindo esclareceu a dúvida.

Pedro Sousa era pré-adolescente e queria deslizar sobre as ondas, como via outros fazerem no Guincho, ao pé de sua casa. Os pais não concordavam, até que os astros se alinharam para o ajudar. “Encontrei uma prancha de surf num caixote ao pé de casa, levo-a para a praia e um amigo diz que o pai ia abrir uma escola de surf. Os meus pais acabam por aceitar e depois os meus dois irmãos também começaram a surfar”.

Houve alturas em que os três irmãos competiam ao mesmo tempo, com o pai transformado “no ’paitrocínio’, porque nos levava para todo o lado e apoiava-nos, o que, na altura, as marcas não faziam tanto como agora”.

Começou aos 12 anos, “bem tarde”, considera. A estreia atrasada não impediu que chegasse a campeão nacional de sub-18, com participações em campeonatos europeus, mundiais e a representação da Seleção Nacional de Juniores.

Durante 10 anos surfou pelo país, pela Europa e pelo Mundo. “O pouco dinheiro que ganhava no surf, gastava-o a viajar”, lembra.  A surfada mais incrível viveu-a aos 16 anos “no Taiti – se há paraíso na terra é o Taiti. Surfei o Teahupo'o, famoso por ser uma onda perigosa e foi marcante, inesquecível”.

Dessa altura trouxe amigos para a vida. “Crescemos juntos no surf, aos 15/ 16 anos passávamos um mês inteiro juntos. Nunca vou esquecer esses tempos. O surf mantém-nos ligados, somos amigos há vinte e tal anos”.

O que é, agora, um dia perfeito de surf? “Ondas boas, água quente e só com amigos na água” responde Pedro Sousa, “é um sonho, pouca coisa me conseguirá tirar esse momento”.

Aliás, acrescenta, “basta ondas que dê para surfar, só com os meus amigos na água, e é sempre memorável”.