Estamos a entrar no nono mês desde o primeiro ataque russo em solo ucraniano. A suposta “operação militar especial” que Putin anunciava como rápida e eficaz. Mas o que Moscovo parece não ter pesado é a resiliência que equipa os ucranianos, militares mas sobretudo os civis. É essa a verdadeira arma que tenho encontrado ao longo dos milhares de quilómetros que já percorri em busca dos testemunhos que contam a história desta guerra.

Uma Ucrânia decidida a não vergar, unida na defesa de si e dos seus. Nomes como Ludmila, Zoya, Tatiana, Glib ou Arina ecoam o espírito da preserverança blindada a qualquer míssil ou drone. Eles são as verdadeiras forças de elite.

Mas estamos num momento delicado e que pode gelar uma guerra que é já fria.

Os constantes ataques às centrais elétricas deixam milhares sem forma de se aquecer, hospitais a depender de geradores, cidades sem pinga de luz. Populações que lutam já contra as temperaturas que rondam os zero graus e em breve vão mergulhar muito para lá do humanamente suportável.

A guerra é sempre bruta, é sempre feia, é sempre suja. Mas não tem de ser indiscriminada.