Se há hábitos difíceis de perder, ver filmes será um deles. Nas várias entrevistas que fiz a atores e realizadores durante os piores meses da pandemia, sobressaiu uma ideia chave: haja o que houver, o Cinema é uma experiência coletiva única e, portanto, era e é improvável que desapareça das nossas vidas.

2021 ainda é um ano de perdas para as salas em Portugal, mas os números disponíveis mostram uma clara recuperação. Em setembro, venderam-se cerca de 637 mil bilhetes em todo o País, o que significa um aumento de 74,5% em comparação com o mesmo mês de 2020. Tudo isto ao mesmo tempo que nos habituámos a ver mais filmes (e séries) em casa.

No último ano e meio, por força do confinamento à escala global, a Televisão e o streaming absorveram boa parte da produção de Hollywood e não só. O que foi inevitável tornou-se conveniente e até determinante para o aprofundamento de um modelo de negócio multiplataforma que interessa a estúdios e produtoras, talentos e equipas técnicas e também a todos nós, espectadores.

Nesta semana em que se assinala mais um Dia Mundial do Cinema, a evidência é a mesma de sempre: o grande ecrã será sempre o grande ecrã (e filmes como “Dune” precisam dele para acontecer no máximo esplendor), mas ainda bem que a Televisão é cada vez mais uma opção para vermos muitos e bons filmes, haja o que houver.