Celebrámos os quatro dias de festa do NOS ALIVE com um sentimento de alegria absolutamente inexplicável. Quando escrevo celebrámos, refiro-me a todos - o público e os profissionais: músicos, técnicos, jornalistas de Cultura, todos os que de qualquer modo se envolveram profissionalmente no festival.

A pandemia foi extremamente dura para o setor cultural. É uma violência dizerem-nos que não podemos trabalhar, que temos de manter a nossa vida em suspenso: a  empresa de palcos que esteve dois anos parada; os autores que viram o seu rendimento diminuído, toda a cadeia profissional ligada a esta indústria colocada em ‘pause’.

O regresso da música e dos festivais devolve a normalidade ao setor, mas também ao público. Sentimos necessidade de viver em grupo, de ouvir boa música, de estar com os amigos. Somos um animal de relacionamento e não de isolamento.

O NOS Alive é considerado um dos melhores festivais do mundo e voltámos a sê-lo nos dias 6,7,8 e 9 de julho. O segredo para o sucesso? O empenho que colocamos desde o início no projeto, o arrojo com que marcamos a diferença.  Queremos que as pessoas tenham sempre algo para assistir, apesar dos gostos diferentes, mas acima de tudo que ouçam muito boa música.

Estamos num sítio maravilhoso, somos o único festival em Portugal a receber o público com um palco de música, não há outro que tenha um palco de fado, fomos o primeiro grande festival a ter um palco de comédia. Às preocupações ambientais, juntamos o projeto de responsabilidade social que financia duas bolsas de investigação científica em parceria com o Instituto Gulbenkian de Ciência, um encontro inédito entre a ciência e a música que já apoiou mais de 20 cientistas. O NOS ALIVE vai muito além dos dias de espetáculo e é o conjunto de tudo isto que o torna tão especial.

Mas projetos de sucesso, só são possíveis com parceiros de sucesso. E o nosso parceiro Empresa Portuguesa de Cenários (EPC) constrói o espaço mais bonito do festival, tornando realidade uma ideia que tive há muitos anos numa visita à Disneyland de Los Angeles. Uma rua cenografada que parece real, uma incrível mostra da arquitetura – e da calçada! - da região de Lisboa. É um trabalho fantástico, desde a cenografia à execução, e estou muito satisfeito com a parceria. É bom ter este talento em Portugal!

Terminados os quatro dias do festival, depois de 165 espetáculos, distribuídos por 7 palcos, a que assistiram 210 mil visitantes de 98 nacionalidades diferentes, depois de todos sentirmos a força a alegria do NOS ALIVE, estamos a viver um sonho de que não queremos acordar.

Até para ano! The dream is alive.