Li há pouco tempo que analisar as fraturas ósseas, do fémur e anca, era uma forma de avaliar a evolução de uma determinada sociedade, pois uma fratura destas – potencialmente mortal – se estava sarada, é porque esse indivíduo teve apoio para ficar deitado e recuperar, algo que só é possível em sociedades mais evoluídas. Em pleno séc. XXI, poderemos afirmar, sem grande margem de erro, que a evolução das sociedades modernas também se pode medir pelos índices de pobreza, pelo número de Pessoa(s) em Situação de Sem-Abrigo e pelo número de famílias em situação de Pobreza ou Pobreza Extrema.  

Portugal está numa situação precária com 1 em cada 5 portugueses a estar numa situação de pobreza ou pobreza extrema, temos mais de 8.200 pessoas sem casa ou sem teto, e as campanhas e estratégias de combate à pobreza pouco ou nada impactam as causas deste eterno flagelo.

Ao longo das últimas décadas, os media têm dado cada vez mais visibilidade sobre a real situação da pobreza e das pessoas em situação de sem abrigo em Portugal, ajudando assim ao surgimento de sinergias entre os sectores público, social e privado, algo que continua a ser essencial no combate à situação e devemos estar gratos a eles por isso.

Muito ainda pode ser feito no que concerne à sensibilização do grande público para as verdadeiras causas e condições que levam a estas situações e aqui os media terão um papel também ele importante, pois é um tema muito complexo e para o qual não existem soluções miraculosas que resolvam esta questão milenar de um dia para o outro. Contudo, com mais e melhor informação e conhecimento de todos nós, que compomos a sociedade, é possível ir percorrendo o caminho da erradicação da pobreza.