“Queria ajudar e vi a página de Facebook que o Hugo Carriço, Técnico de Iluminação, e três outros colegas tinham aberto há um dia”. Foi assim que Inês Sales, Produtora na EMAV, se juntou ao projeto no seu segundo dia de existência. A União Audiovisual nasceu para, através do Facebook, reunir e distribuir bens de primeira necessidade entre os profissionais do audiovisual que, de um dia para o outro, viram a pandemia passar uma borracha em cima das suas agendas e, logo, dos seus rendimentos”. “Sou produtora, contrato equipas, deixei de fazê-lo. Sou mãe. Pensava na quantidade de postos de trabalho que já não existiam e como sobreviveriam esses profissionais”, explica Inês Sales.
Aquela que começou por ser uma iniciativa sem estrutura organizada, a tentar chegar a todos os que procuravam apoio, cresceu. Em pouco tempo, a União Audiovisual reuniu toneladas de alimentos, criou vários pontos de recolha e ajudou centenas de colegas. Após o primeiro desconfinamento, os organizadores fizeram uma pausa técnica. Compreenderam que a missão na qual se tinham lançado teria de durar mais do que o inicialmente previsto, mas, para futuro, o trabalho teria de ser mais organizado.
Passaram a ter cabazes mensais, definiram 8 polos de recolha/entrega permanentes, de norte a sul do país. Além do Facebook, onde tudo começou, já têm Instagram e site: https://uniaoaudiovisual.pt/. Hoje, através dos meios digitais, a União Audiovisual tira dúvidas e dá respostas a todos os que precisam de ajuda ou queiram ajudar.
Inês Sales tem um enorme orgulho no projeto e sublinha a forma como o Grupo Media Capital se envolveu nele: “Até no Natal conseguimos reforçar o apoio. A Plural, deu-nos o valor de um jantar de produção de uma novela para a compra de alimentos. Na TVI, tivemos vários pontos de recolha. E até um leilão fizemos, com alguns adereços que o Grupo nos cedeu”.
Entretanto, A União Audiovisual transformou-se numa Associação de Voluntários. Apoia, mensalmente, 350 famílias nas quais estão inseridas 300 crianças. Inês Sales, que faz parte da Direção da Associação, defende que o trabalho que desenvolveram no último ano não pode parar: “os nossos colegas vão continuar a precisar de ajuda. Falo do maquilhador, do DJ, do ator. E o apoio já passou para o campo mental. Temos uma psicóloga a prestar esse apoio”, remata Inês Sales.