A Media Capital tem colaborado com as Mentes Empreendedoras na promoção da sua missão, promover uma geração de cidadãos de impacto, líderes capazes de se transformarem a si próprios e à sua comunidade. E para promover a autodeterminação dos jovens, os professores estão numa posição privilegiada para dar o seu contributo! Nesta mensagem, quero partilhar ao que vamos juntos, e porque é que importa.

De facto, corremos o risco que esta geração viva pior que a dos seus pais. O Ricardo Reis disse à CNN Portugal em fevereiro, que Portugal está parado há duas décadas. Como vou vivendo dentro e fora de Portugal, tento guardar este tipo de ideias para mim, pois quem vive em Portugal, tem de jogar o jogo com as cartas que tem. Mas esta entrevista, despertou o meu cérebro novamente para este desafio. Lembro-me de ter uma conversa em 2006 com a mãe da minha ex-namorada em Druskininkai, na fronteira da Lituânia com a Bielorrússia, e eu dizia que o país deles ia longe, mas o meu não. Em paridade de poder de compra, a Lituânia ultrapassou-nos há um par de anos e os meus amigos, vivem e viverão muito melhor que os seus pais. Portugal tem talento que se destaca a nível internacional e até somos um país sobre representado para a dimensão que temos. Temos de conseguir fazer melhor!

O que a nossa colaboração permite é contar histórias de pessoas que fazem a diferença e que inspiram. Basta que uma pessoa inspire outra pessoa, e que essa pessoa inspire outra pessoa, para que a engrenagem não pare! Toda a vossa equipa, ajuda-nos a partilhar exemplos ao país que nos tocam. Exemplos como o da Professora Maria Graça Martins de Ourém, que soube usar as artes para ajudar alunos a encontrar o seu caminho.

“- Continua! Estou a desenhar!

Afirmei ao deparar-me com dois alunos, quase uns homens, em luta acesa. (...) a zona era isolada e sem mais adultos por perto.

Observei demoradamente a cena, que se desenrolava à minha frente, com a turma agitada incitando a luta.

Sem delongas, destemidamente peguei em lápis e papel, em esboço de cenário. Um dos rufias estancou, braço no ar, pronto para aplicar um duro golpe no oponente e, com olhar vermelho e inquisidor pergunta o que estou a fazer?!

- Continua! Era mesmo esse o gesto que preciso capturar para uma pintura.

Confuso, o rapaz ficou petrificado, mão em riste, enquanto o outro a nada se atrevia, assumindo o papel de quem vai apanhar uma sova.

Quando terminei, com sorriso satisfeito, sem desviar o olhar do desenho como quem apura o traço, libertei os dois modelos da pose deixando-os aproximar para verificar resultados.”

É impossível trilhar caminho se não tivermos exemplos que nos inspirem!