A TVI nasceu a 20 de fevereiro de 1993. “4” foi o nome de batismo que recebeu, por ser a quarta televisão a surgir em Portugal.

No início do projeto, o trabalho era desenvolvido em dois espaços físicos, em zonas distintas da cidade de Lisboa: no Edifício Berna estava o departamento de informação e algumas áreas, como o grafismo; no Edifício Altejo estava o coração da operação e a parte administrativa. Pode dizer-se que as notícias eram feitas em Berna, mas saíam do Altejo.

Naqueles tempos e circunstâncias, os desafios técnicos eram mais que muitos, como ilustra a primeira transmissão de um evento no exterior. Um concerto, no Terreiro do Paço, em Lisboa, que a TVI acabou por transmitir em semi-diferido porque o radar no Porto interferia no sinal. A solução foi contratar 2 estafetas que, à vez, iam levando blocos de 20 minutos de gravação ao Edifício Berna. A verdade é que o espetador acompanhou o concerto na íntegra, sem dar por nada.

Desde o dia 1 que a TVI quis fazer diferente. Apostou em séries internacionais de qualidade, como “Ficheiros Secretos”, e na criação de formatos de entretenimento a que os portugueses não estavam habituados. Um dos programas mais inovadores para a época foi “Momentos de Glória”, inspirado nas grandes galas italianas. Apresentado por Manuel Luís Goucha e Carla Caldeira, trazia semanalmente a Portugal artistas internacionais como Jeremy Irons, Bo Derek ou Gina Lollobrigida.

Nos concursos, a TVI estreou-se com formatos simples e divertidos como “Queridos Inimigos”, que dava prémios muitos apetecíveis para a época. Nas novelas, a primeira ser emitida chamava-se “Telhados de vidro”, da autoria de Rosa Lobato Faria.

São títulos que permanecem na memória de todos quantos acompanharam os primeiros passos da estação que tinha uma particularidade. Como a TVI era o canal da Igreja Católica, em 1993 a emissão fechava sempre com uma mensagem religiosa relacionada com os acontecimentos do dia.