Ataúro é uma pequena ilha a norte de Díli, capital de Timor-Leste.  Os habitantes locais dedicam-se à pesca e o turismo ainda não é massificado, apesar de já muito se falar na riqueza da biodiversidade das águas em torno de Ataúro. “O meu lugar preferido em todo o mundo”, assume Luís Ferreira, 41 anos. A nostalgia está presente na voz do diretor-adjunto do Maisfutebol, que viveu em Timor-Leste durante um período da sua vida. Foi ali que descobriu uma paz que só o mergulho lhe dá. “Ao início tinha receio, achava que ia entrar em stress por causa da respiração, mas não. Lá em baixo, tudo é mais calmo. É outro mundo.”

“Quando estás a mergulhar, estás sempre a descobrir animais que nunca viste, que nunca imaginaste. É uma sensação indescritível, que a tua memória nunca mais esquece.” Luís Ferreira admite, no entanto, que há riscos: “Para mim, o pior são as correntes debaixo de água. Às vezes, tornam-se muito fortes e é preciso não entrar em pânico. Também já vi cobras, sei que são muito venenosas, mas se te mantiveres racional, sabes que elas só te vão atacar se se sentirem ameaçadas.”

Desde que faz mergulho, Luís Ferreira reconhece que se tornou mais consciente da necessidade de proteger a natureza. “Os oceanos têm uma vida incrível, que precisa dos nossos cuidados. Não podemos destruir o planeta. Temos de aprender a respeitar mais os outros seres. Deles depende a nossa existência também.”