Mal acorda de manhã, o ritual é sempre o mesmo: pegar no telemóvel e espreitar os sites que lhe dizem como estão as ondas naquele dia. Carlos Carmesim, 40 anos, trabalha na área de suporte técnico da Media Capital. Já nos tempos livres, é surfista. “É raro o dia em que não vou surfar antes de vir trabalhar. Levanto-me por volta das 6h e depois sigo para a praia”, diz o informático. É na Ericeira que mais gosta do mar: “Costumo ir para os Coxos. No Verão, como o mar não está tão agitado, relaxa-se mais. Consegue-se ouvir o silêncio e as gaivotas. Já no Inverno, há mais adrenalina. É a melhor altura para surfar. Gosto de ondas grandes.”

Carlos Carmesim começou a surfar aos 25 anos. Foram os amigos que o desafiaram a colocar-se em cima de uma prancha e, desde então, nunca mais parou. Já surfou na Madeira, Marrocos, Bali. O próximo destino, assegura, são as ilhas Mentawai, na Indonésia, consideradas um dos melhores “spots” de surf do mundo. “A sensação de surfar é difícil de descrever. Quando apanhas uma boa onda, sentes-te uma criança, ficas com um sorriso de orelha a orelha.”

O norte-americano Kelly Slater e o havaiano Andy Irons, entretanto falecido, são os surfistas preferidos de Carlos Carmesim: “Houve um período em que ficava horas em frente à televisão ou ao computador a ver os campeonatos de surf em que eles entravam”.

Apesar de alguns sobressaltos no mar e também de algumas pranchas partidas, Carlos Carmesim não se imagina sem surfar. No total, tem quatro pranchas, mas lamenta não ter mais. “Estou proibido. A minha mulher não me deixa”, diz, entre risos.