Dia 22 de setembro celebra-se o “Dia Mundial Sem Carros”. Reconhecido internacionalmente, por vários governos, cidades, entidades públicas e privadas, mas, também pelo programa ambiental das Nações Unidas, é um dia em que os carros perdem o seu protagonismo na paisagem das cidades, para dar espaço a outras formas de mobilidade mais sustentável.

Mas este dia será de celebração anual ou uma oportunidade para refletir no papel de cada um de nós na preservação do ambiente?

O “Dia sem carros” surgiu num contexto de crise energética no início dos anos 70 do século passado. De ações esporádicas a evento internacional passaram mais de três décadas. E, foi apenas no início deste milénio, com o projeto da “Semana Europeia da Mobilidade”, que, a nível internacional, adotou-se o dia 22 de setembro como o “Dia sem carros”.

Esta data pretende encorajar os automobilistas a deixarem de lado o seu carro durante todo o dia, contribuindo para uma sensibilização da problemática das emissões de gases nocivos ao ambiente, dos quais os carros, movidos com motores de combustão, são uma parte importante do problema.

Várias cidades, em especial na Europa, aderem a este dia de uma forma especial e condicionam o trânsito a veículos motorizados de uma forma em geral.

O dia 22 de setembro, é acima de tudo um dia de oportunidade. Não apenas para os cidadãos, mas também para as próprias cidades, para os seus responsáveis políticos e outros atores do palco da mobilidade e da sustentabilidade. Uma oportunidade que pode, e, deve ser encarada como um ponto de partida para uma discussão sobre como descongestionar as cidades e como tornar o ar que respiramos mais saudável.

Repensar os transportes públicos, tornar toda a rede de ligações entre os transportes mais simples e mais eficiente, é uma necessidade que deve ser prioritária. Como o é também pensar numa descentralização de serviços que evitem concentração de utentes, com óbvia necessidade de deslocação para esses locais. Limitar a circulação de carros, sem a criação de verdadeiras alternativas, não será, de todo, um caminho fácil de trilhar.

A poluição nas cidades não tem apenas como foco os automóveis, mas a emissão de CO2, proveniente da queima de combustíveis fósseis, é um dos fatores que está a contribuir para o crescimento das alterações climáticas. Mais do que uma tendência, repensar a forma como nos deslocamos é uma urgência.

As cidades que criamos e ajudamos a criar, os ambientes onde nos movemos, e a forma como os deixamos, são uma herança que estamos a criar. Os nossos filhos, os nossos netos, não deveriam necessitar do “Dia mundial sem carros” para relembrar a urgência de agir por um ambiente mais saudável. A mobilidade sustentável não é um tema apenas do dia 22 de setembro, mas é a necessidade de mudarmos comportamentos.

Por eles, por nós, e para assegurar um mundo melhor.