As alterações climáticas são um dos principais desafios que enfrentamos, pelo que foi assinado em 2015 o acordo de Paris, no qual os países das Nações Unidas se comprometeram com níveis de redução de emissões que permitam a limitação do aquecimento a 1,5° acima das temperaturas pré revolução industrial. No estudo que anualmente a PwC efetua e que analisa o nível de alinhamento com o acordo de Paris, medindo a descarbonização das 20 principais economias globais, os resultados não são positivos, concluindo-se que é urgente acelerar a ação nesta matéria.

Reconhecendo que as alterações climáticas são uma realidade e uma urgência, nos próximos anos teremos de efetuar uma transformação profunda da economia, ao nível das fontes de energia, das tecnologias, dos modelos de negócio e dos produtos oferecidos, em que todos os setores estarão envolvidos e terão que mudar para que o mundo se descarbonize.

Esta transição para um mundo net-zero até 2050 exige uma alocação de capital sem precedentes, com alterações nos mercados estabelecidos e com a criação de novas oportunidades e negócios, em que a energia é o tema central.

O atual contexto de guerra na Ucrânia tem implicações nesta transição, que se traduz no curto prazo numa desaceleração, mas veio simultaneamente reforçar a relevância da segurança e acesso à energia, tendo nesse contexto as energias renováveis um papel fundamental. É por isso de esperar que nos próximos anos se verifique um aumento muito significativo da capacidade de produção renovável em Portugal, país com condições excepcionais nesta área.

Os modelos energéticos do futuro não estão ainda definidos, mas é certo que as fontes de energia renovável serão a base do sistema elétrico, complementadas com outras formas de energia em desenvolvimento e discussão, como o hidrogénio ou o nuclear. O CNN Portugal Summit teve um contributo muito relevante para esta discussão, com participantes com visões distintas a lançar a reflexão sobre o tema.