Tudo o que vemos na televisão ou ouvimos na rádio tem uma espécie de etiqueta composta por duas letras: IP. A IP – a propriedade intelectual – é o core de uma empresa de media, já que abrange a obra produzida a partir da criatividade dos seus profissionais, equipamentos técnicos, etc., e que é depois transmitida pelos seus vários canais, lineares, não lineares, por emissão hertziana ou no digital. É também a IP que permite rentabilizar um produto: as obras são únicas e detidas pela empresa que as cria, permitindo atrair público e rentabilizando-as, nomeadamente através da publicidade, subscrições, da venda para outro canal, dos patrocínios, do merchandising.

O digital e o seu poder de disseminação tornaram a cópia pirata mais fácil e colocaram desafios acrescidos à proteção das obras criativas.  Para responder a uma tarefa cada vez mais exigente, a Media Capital trabalha, desde 2015, com empresas que garantem a monitorização constante do universo digital e a identificação de cópias dos seus programas e conteúdos. O Diretor da Media Capital Digital, Ricardo Tomé, explica que o controlo do que é transmitido sem o conhecimento e autorização da empresa é feito “graças a um mecanismo complexo e sofisticado que varre sites, fóruns, redes sociais no mundo inteiro e vê se há correspondência de imagens e sons com conteúdos que sejam propriedade da Media Capital. Assim que a ferramenta encontra esses elementos, verifica se há autorização. E mesmo que seja só um fotograma, dá o alerta. É a forma de protegermos a exclusividade”.

Partilhar conteúdos sem respeitar a sua propriedade intelectual é um ato ilegal, punível por lei. Ricardo Tomé reconhece que nem sempre há consciência dessa situação. Muitas vezes, partilham-se excertos de programas de forma bem intencionada, acreditando no efeito benéfico dessa partilha nas redes sociais por ser um ato de promoção do produto. Contudo, de cada vez que tal acontece, a rentabilidade desse produto diminui. “Se colocamos nas redes, pode ter milhões de visualizações, gera awareness, mas não gera riqueza, não há retorno. Pior do que isso, retira força aos canais da Media Capital e anula receita publicitária. É menos dinheiro que teremos para criar novos conteúdos e pagar salários. Devemos entender que há, de um lado, uma estratégia de distribuição e rentabilização e, em paralelo, outra de comunicação e de marketing. Aí sim, assumimos nos nossos canais a partilha selecionada de alguns excertos de conteúdos, mas não de forma desregrada. É por isso que os ativos de propriedade intelectual têm de ser protegidos”, insiste o Diretor da Media Capital Digital.

Por outro lado, é importante que os utilizadores saibam que as plataformas da Media Capital têm o exclusivo dos conteúdos, daí que Ricardo Tomé estenda o apelo às boas práticas aos públicos que consomem produtos que são propriedade da Media Capital: “se há uma vulgarização, uma torneira aberta a permitir que os conteúdos estejam em todo o lado, apesar de ser um instrumento de marketing poderoso isso vai retirar-nos margem de rendimento. E é daí que vem a nossa capacidade de fazer mais e melhor para oferecer às pessoas”.