A agenda ESG está a colocar grandes desafios às empresas, que, para além da crescente e desafiante exigência de relato sobre o seu impacto no nosso planeta e na sociedade, irão ser pressionadas para mudar o seu propósito, os seus produtos, a forma como produzem e transportam os seus produtos ou a forma como prestam os seus serviços.

A inclusão dos fatores ESG na estratégia tornou-se crítica para o sucesso, com clientes, colaboradores, acionistas, bancos, agências de notação de rating e entidades reguladoras a exigir cada vez mais informação não financeira e que as empresas tenham em consideração o impacto dos seus negócios na sociedade e no planeta, com uma maior transparência na forma como conduzem os seus negócios.

Como resposta a estas expectativas, em 2019, a Comissão Europeia anunciou o European Green Deal, a estratégia da Europa para se transformar no primeiro continente neutro em termos climáticos. É neste contexto, que assistimos a uma avalanche de novas normas e regulação ESG na União Europeia.

Entre as novas e ambiciosas obrigações de reporte, destacam-se a Taxonomia Verde Europeia, um novo sistema de classificação das atividades ambientalmente sustentáveis, já aplicável desde 2021 para empresas cotadas, e a CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive), aplicável a partir de 2024, no âmbito da qual a UE publicou as novas European Sustainability Reporting Standards (ESRS). Estas, estabelecem uma nova e exigente “framework” para o reporte ESG mas, também, o número de empresas que terão de publicar informação ESG, abrangendo muitas empresas que atualmente não publicam qualquer informação sobre sustentabilidade ou ESG.

Os critérios ESG são efetivamente uma preocupação dos CEOs?

Este novo paradigma será um desafio tremendo para as empresas, mas também uma grande oportunidade. Definir uma adequada estratégia ESG e preparar-se atempadamente para as novas exigências de reporte é fundamental para endereçarem com sucesso as expectativas dos vários stakeholders e os exigentes desafios da nova regulamentação, bem como uma forma de aproveitar a vantagem competitiva existente, procurando assegurar uma posição de “first movers” nas temáticas ESG e impulsionar o seu valor.

Os líderes de mercado estão a adotar uma resposta estratégica ao ESG, alterando os seus produtos e serviços, processos, operações e cadeias de distribuição e produção, reconhecendo que o ESG traz benefícios, destacando a maior atratividade para investidores, a redução dos custos de financiamento, novas formas de financiamento “verdes”, a atração e retenção de talento, especialmente das gerações mais jovens e as oportunidades de diferenciação através da aposta em produtos e serviços sustentáveis, cuja taxa média de crescimento nos últimos 5 anos é quatro vezes superior à dos produtos convencionais.

O ESG já não é uma escolha, é um imperativo!