O passatempo preferido de Carlota Paim, editora de vídeo da TVI e da CNN Portugal, é percorrer quilómetros de mota, fora de estrada, por montes e vales, passando por cima de socalcos, buracos e pedras soltas.

“Só há cerca de três anos tirei a carta de mota, há mais de 20 anos que a minha paixão era a BTT (Bicicleta Todo-o-Terreno), fui federada na minha terra, os Açores”, explica. Com a bicicleta faz “viagens em autonomia” durante uma semana, ou mais, e percorre sozinha distâncias consideráveis: “a última que fiz foi a Rota do Zêzere, que começa na Serra da Estrela e acaba cá em baixo, em Constância”.

A mota surgiu porque um dia Carlota Paim se lembrou que um motor lhe permitiria alcançar maiores distâncias e divertir-se ainda mais. “Comecei com o meu irmão nas motas, ele tinha começado comigo nas bicicletas, e de há três anos para cá tornou-se uma paixão”.

Inicialmente pensava que a mudança de meio de transporte significaria também mais conforto. “Acreditava nisso, mas depois comecei a entusiasmar-me e percebi que é tão duro quanto fazê-lo de BTT”. Como as viagens continuam a ser fora de estrada, o peso da sua big trail, as motos que se usam no Rally Dakar, tem muita influência. “Tenho 3 anos de mota e 20 de BTT e quando estou na mota esqueço-me que tenho um motor”, relata, só que “às vezes não me posso entusiasmar tanto como na BTT porque levantar 12 kg do chão não é a mesma coisa que levantar 200 kgs”.

Nas suas aventuras já deu a volta pelo perímetro da Península Ibérica, percorreu sozinha a Rota do Tejo que une Lisboa a Badajoz e, entre outras aventuras off road, não falha “O Nosso Dakar” que são “três dias com quatro etapas de 200 a 250 km pelos caminhos que o Dakar fazia no nosso país”. Participa pouco em provas e, na última em que esteve, o Torres Vedras TT, era a única mulher.

Carlota Paim, com 1,63m, sempre gostou “da acrobacia” de se equilibrar em cima de duas rodas.   “Dizem que tenho ‘kit de unhas’, mãozinhas para manobrar o guiador e, sobretudo, as manetes, os pontos de travagem e de aceleração”, uma vantagem que trouxe da BTT. “Safo-me à minha maneira”, comenta, “e divirto-me, divirto-me apenas”.