Após quase 3 meses de ações que procuram escalar o conflito, na noite de 24 de fevereiro as forças regulares russas iniciaram uma invasão militar da Ucrânia, visando, em primeiro lugar, cercar e atacar a capital ucraniana, a cidade Kiev.

Através desta declaração desta guerra, a Rússia não só desafiou as ambições ucranianas de integrar o projeto democrático europeu, mas também atacou a Europa e os ideais que esta tem defendido ao longo da sua existência.

Num panorama muito óbvio e de preocupação geral, todas as pessoas tentam procurar o máximo de informação e de vídeos partilhados nas redes sociais, através dos quais se tenta tirar uma imagem concreta sobre o que acontece.

No entanto, é muito mais importante perceber qual é a informação, que, de facto, nos permite criar uma imagem objetiva e que corresponda à verdade, mantendo, desta forma, um sentimento de solidariedade e sem pânico.

Há, portanto, duas investidas importantes a fazer, para uma boa reflexão sobre o que se pode fazer para ajudar a Ucrânia, num dos momentos mais difíceis em toda a sua história. Por um lado, demonstrar solidariedade com o povo ucraniano, de forma ativa, através de ajuda monetária a diferentes ONG’s e Associações que enviam se dispuseram a enviar para os refugiados e militares ucranianos, bens materiais e mantimentos. Por outro lado, tentar ao máximo ser uma agente de informação verídica.

No que toca à solidariedade para com a Ucrânia, é preciso saber que as Forças Armadas Ucranianas, com muitas dificuldades, têm conseguido suceder em aguentar a enorme pressão que as Forças Russas vão causando, o que tem obrigado a Rússia a fazer imensas correções táticas e estratégicas aos seus planos iniciais.

No entanto, a Rússia ainda mantém superioridade aérea sobre a Ucrânia, situação essa que permite às forças russas ter uma enorme capacidade de abrir fogo sobre alvos civis, com o intuito de causar o pânico geral e, através disso, desestabilizar as forças governamentais dos seus objetivos estratégicos de manutenção da pressão militar russa.

Para ajudar as Forças Armadas a manter os céus ucranianos a salvo da aviação militar russa, devemos apelar à União Europeia, à NATO e aos respetivos membros para que seja organizada Ajuda Militar à Ucrânia, em forma de armamento de defesa antiaérea (tal como já os Países Baixos, o Reino Unido e os Estados Unidos já enviaram, no dia 26 de fevereiro). Por outro lado, podemos todos nós dar ajuda financeira e material às mais variadas ONG’s que atuam na Ucrânia, sejam elas internacionais (como a UNICEF ou a Cruz Vermelha) ou nacionais ucranianas (Associações de Voluntários), cujo principal trabalho é o de dar ajuda aos milhares de refugiados e deslocados ucranianos.

Em segundo lugar, no que toca a sermos todos agentes proativos da informação, o nosso dever, enquanto cidadãos livres e com acesso a todo o tipo de conteúdos é estarmos atentos aos detalhes daquilo que está a ser escrito, dito ou mostrado em diferentes publicações. Devemos sempre procurar informação que tenha fontes fidedignas e que seja proveniente quer de testemunhas, quer de ONG’s que estão no terreno, quer dos atores governamentais ucranianos, ou europeus.

Por fim, esta não é uma guerra entre dois países longe de Portugal, mas uma guerra entre aqueles que acreditam no futuro do projeto europeu e os que procuram o falhanço desse mesmo projeto. Deste modo, só a União fará a Democracia triunfar!