Longe vão os tempos em que a ficção se fazia apenas com “apoios reais” e em que a Plural não se permitia grandes aventuras para filmar uma cena mais arriscada. Muitas vezes, situações como fazer cair um avião ou explodir um carro não saíam do papel por não serem tecnicamente exequíveis ou por porem em perigo a vida dos profissionais. Porém, há 10 anos tudo mudou.

Rita Esteves Correia e Sérgio Costa, ambos designers, trabalham todos os dias para fazer acontecer o impossível no departamento criativo de Motion Graphics, que é como quem diz de efeitos visuais. Convém aqui esclarecer que efeitos especiais não são efeitos visuais: os primeiros, acrescentam emoção a uma cena, como fogo, por exemplo; os segundos podem nem ser visíveis. Antigamente, um fio deixado no chão por esquecimento era suficiente para que uma cena tivesse que ser repetida. Com o departamento criativo de Motion Graphics, através de um trabalho digital minucioso, o que é para sair de campo, sai. Ou é colocado. “Limpamos ou criamos sem ser preciso voltar a gravar”, explica Rita Esteves Correia.

Dependendo da complexidade do trabalho, cada processo pode demorar um dia ou três meses, envolver um profissional ou mais. Mas vamos a um caso concreto: “a determinada altura, numa novela, foi preciso gravar um carro a explodir em pleno agosto na Arrábida. Pelo perigo que representava, a produção não teve essa autorização. Assim, nas filmagens, apenas estava a carcaça de carro que foi virada ao contrário e o resto criámos nós. O fumo, o vento, a explosão, enfim, tudo”, conta Sérgio Costa.

O detalhe é a grande preocupação destes profissionais da Plural, assim como conferir à cena o máximo de realismo. A exigência do trabalho é de tal ordem que implica que estudem física, química ou matemática para oferecer ao público o melhor. É que o vento não sopra sempre na mesma direção e o fumo não é da mesma cor em todos os terrenos. Além do estudo e da pesquisa, a equipa composta por Rita Esteves Correia, Sérgio Costa, Paulo Neves, César Ribeiro, Hugo Paredes e Paulo Poças tem duas particularidades: a curiosidade e a observação, que lhes permitem atingir o realismo que os realizadores e os espectadores esperam. 

Apostam em workshops internacionais para se manterem atualizados e perseguirem a bitola do que se faz lá fora.  “Com os efeitos visuais por computador, depois do primeiro Star Wars nunca mais nada foi igual!”, concluem os designers.

Veja agora alguns dos trabalhos realizados pela equipa da Plural que cria os efeitos visuais da ficção.