Romany saiu do Egito aos 15 anos e contou à CNN como, depois de ter passado por vários países e ter estado “num barco que ia afundar”, a escola lhe deu uma nova oportunidade.

Imagine um mundo onde todas as crianças – como o Romany – têm o direito de ir à escola, aprender, sonhar e ser o que quiserem. Na UNICEF Portugal, acreditamos que isso pode ser uma realidade para todas as crianças e as escolas com quem temos colaborado são a prova disso.

No passado dia 29 de junho, ocorreu o primeiro Encontro de Escolas da UNICEF Portugal, “Direitos ao Futuro – Diálogos e Transformações na Educação”, com apoio da Câmara Municipal do Porto e da CNN. Pudemos ouvir de jovens estrangeiros não acompanhados como tem sido frequentar a escola no nosso país, tal como de jovens como a Matilde e o Rafael sobre os seus projetos para transformar a educação. Disseram-nos que “antes de transformar a escola, propusemo-nos a explorar o conceito de empatia”. São o espelho de uma geração atenta, crítica e preocupada. Nestas partilhas de determinação e força, os jovens estão, nas suas palavras, a “apresentar soluções e com tudo o que aprendem na escola, criar um novo caminho e novo sentido para a educação”.

Neste novo sentido, pensámos com os professores a relação sociedade-escola e como a cidadania se faz em todas as disciplinas e contextos, reforçou João Fernando Ramos. Os exemplos foram vastos, como o de uma Professora que, numa escola com 37 nacionalidades, tem encontrado nos desafios da inclusão novos espaços e relações, revestidos de esperança e motivação. As imagens que nos foram surgindo e cativando a atenção durante o dia, “Nesta casa cabemos todos”, dão sentido ao que fazemos e refletem a cultura de escola e de sociedade que, na UNICEF, queremos ajudar a construir com os nossos parceiros.

Com especialistas da área da educação refletimos sobre o poder da criatividade, que nos leva muito para além do que conseguimos ver e que, ao contrário da ideia de que esta depende apenas de “talento”, sabemos que a podemos treinar, desenvolver e nutrir “pela descoberta e pelo conhecimento”.

Para isso, precisamos de saúde mental – dos professores e dos alunos – um dos principais desafios que enfrentamos hoje. Sabemos que as novas gerações têm uma relação diferente com a saúde mental. Num encontro sobre “diálogos e transformações da educação”, não poderíamos esquecer a importância de dotar os alunos de competências transversais e para a vida e criarmos espaços mais seguros, protetores e de bem-estar.

A CNN foi um parceiro estratégico para, junto com a comunidade educativa, repensarmos o presente e futuro da educação, e da sociedade que queremos construir: “Todos precisamos uns dos outros para nos transformarmos”.