O que fazer quando o sonho de ter um bebé é bruscamente interrompido pela infertilidade? Este é o tema de “Grávidas de esperança”, uma grande reportagem de Isabel Moiçó, que será transmitida esta quinta-feira, 14, no Jornal das 8, da TVI.

Em cerca de 20 minutos, a jornalista relata a longa batalha de inúmeros casais para conseguirem engravidar. “É um caminho muito frustrante, muito penoso. Não ter filhos não mata, mas dói”, descreve. E nem todas as histórias têm o final feliz que desejaram.

Os números dizem que, nos últimos anos, aumentaram por todo o mundo os casais com problemas de infertilidade. “Dez por cento dos casais sofrem de infertilidade e há muito a alterar [na legislação] sob o risco de cada vez mais não poderem cumprir o sonho”, alerta a jornalista, que traça nesta grande reportagem o retrato dos tratamentos para a fertilidade em Portugal: no setor público, são possíveis apenas três tratamentos e só até as mulheres fazerem 40 anos. Depois dessa idade, a possibilidade de continuarem cessa.

“Os centros públicos de procriação medicamente assistida em Portugal são suficientes. Há 11”, refere Isabel Moiçó. O problema é que, apesar disso, existem listas de espera porque “a capacidade de resposta é limitada: faltam profissionais e equipamentos”, explica a jornalista, que durante mais de um mês investigou esta realidade, com entrevistas também a especialistas em fertilidade e visitas a alguns centros, do serviço público à privada IVI, “um dos maiores centros de medicina de reprodução do mundo” e que está também em Lisboa. É a centros privados como este que os casais recorrem quando se deparam com as listas de espera. “A determinada altura é um desejo tão grande” que acabam por investir milhares de euros neste sonho.

“Grávidas de esperança” faz um grande retrato desta realidade em Portugal. E descreve também atos de verdadeira generosidade. Marisa já doou por três vezes ovócitos e ajudou algumas famílias a cumprirem o seu sonho. Conta ainda que há quem recorra à criopreservação de ovócitos. “Fazia-se por razões oncológicas, mas há mulheres que o fazem por razões sociais”, que querem primeiro apostar na sua formação, na estabilidade financeira e temem já não conseguir engravidar quando sentirem estar prontas para isso. “Todos sabemos que a possibilidade de engravidar vai reduzindo com o tempo”, diz Isabel Moiçó, que ficou surpreendida ao perceber que “após os 35 anos, a gravidez é considerada geriátrica”.

Esta grande reportagem teve coordenação de Joaquim Franco, produção de Ana Gouveia, imagem de João Franco, José Brinco, Manuel Geraldo e Fábio Mestre (drone) e edição de João Pedro Ferreira.