Todas as semanas, o som de Cláudio Teixeira atravessa o Atlântico. “Com a pandemia, o streaming de sets com DJ passou a ser a maneira destes mostrarem o seu trabalho”, explica o responsável pela edição de vídeo da novela “Quero é Viver”, que começou em 2020 “a fazer lives para a 9FM, uma rádio digital norte-americana, de Chicago, criada por uma radialista da cidade que decidiu convidar DJ de várias partes do mundo”.

Uma proposta que chegou pelo Facebook, depois de ter ouvido um set do editor da Plural “na rádio digital JCLUB, criada por dois amigos que residem em Inglaterra e que a radialista americana acompanhava”.

Aliás, o estrangeiro marca desde o início este hobby de Cláudio Teixeira. É em Moçambique, para onde foi viver na adolescência, que pela primeira vez trava conhecimento com o mundo do DJING. “Estreei-me numa festa em casa, aos 15/ 16 anos, ainda com cassetes”.

De regresso a Portugal dedica-se aos seus passatempos anteriores, o basquetebol e a dança (break dance, house, dança moderna) – foi campeão no 1.º campeonato de dança e moda da MTV organizado em 1996 e em 1998 volta a ser campeão no 11.º campeonato nacional de dança, organizado na altura pelos Fly Dancers. E foi pela dança que chegou ao vídeo, quando, como bailarino, integrou um vídeo clip e quis presenciar todo o processo até a sua finalização.

Em 2010 volta de novo para África. Agora Angola, a terra onde nasceu, ao serviço da Plural Angola. É nessa altura que o ser DJ se torna mais sério.  “Ao tocar por brincadeira num bar de um amigo na ilha de Luanda, fui convidado pelos donos do Tamariz de Luanda a ser o DJ da casa para as noites de sextas e sábados”. Recusou, por motivos profissionais. Mas, mais tarde, recebe o convite para ser o DJ dos sunsets da mesma casa aos domingos, proposta que aceita. “Ser DJ daquela casa e ainda para mais no registo sunset era tudo o que eu podia querer naquela altura”.

Atualmente, os estilos musicais que caracterizam o Cláudio como DJ são SoulFul House, Deep House, Afro Deep  e Jackin & Funky House. “Com o tempo e com o avançar da idade, procuro ambientes e sonoridades mais calmas . O que não que dizer que se a pista pedir não suba para ritmos mais mexidos e até agressivos. Um House, um House Progressivo ou até mesmo um TechHouse. Tento sempre ler e acompanhar a pista.” 

Atualmente, adotou a modalidade fazer trabalhos como DJ quando vai de férias, já tendo passado música nas Maurícias, Budapeste e Moçambique.

Há 18 anos que é também o DJ oficial da Escola de Dança Next, escola que já conquistou títulos nacionais e internacionais, sendo o último o título de Campeões Mundiais.

Passar música é o escape de Cláudio Teixeira para o stresse do dia a dia. “Coordeno e trabalho com uma equipa ainda grande, o processo é exigente e stressante, trabalhamos no fio da navalha. Ser DJ é um escape, é o meu vício saudável”.