Realizar uma novela é completamente diferente de realizar um filme ou mesmo uma série. Desde logo porque uma novela tem, em média, 180 episódios, o que impõe um ritmo de trabalho muito intenso durante um longo período de tempo. Depois porque numa novela não existe apenas 1 realizador, existem vários. Mantê-los motivados e artisticamente alinhados, para que o espetador não note diferenças entre episódios, não é tarefa pequena. Mas é a ela que se dedica por estes dias Francisco Antunez, Realizador e Diretor de Projeto da próxima novela da TVI, “Para sempre”.

Uma das premissas mais importantes na realização de uma novela, defende Francisco Antunez,  é o alinhamento artístico: “o produto está na cabeça de várias pessoas e elas têm de usar a mesma linguagem cinematográfica para que ele resulte”. É por essa razão que, no arranque de cada projeto, reúne com a equipa de realizadores e explica a sua visão conceptual. Essa é a base de trabalho, embora reconheça que “nem sempre a teoria funciona”. No dia-a-dia, no estúdio ou no exterior, é o diálogo entre a equipa que faz o resto.

Francisco Antunez usa a mesma estratégia para “casar” a visão do autor com a do realizador. É normal que sejam distintas, mas considera essencial não desvirtuar a base construída pelo autor. Ainda assim, recorda que a novela vai sendo escrita ao mesmo tempo que está a ser gravada, que nunca a história é apresentada ao realizador como um produto acabado e sublinha que “essa situação obriga a uma partilha constante. Às vezes, a forma como uma cena é gravada condiciona o que o autor vai escrever a seguir. Outras vezes, o autor agarra no telefone para contar como idealizou um determinado episódio e perguntar se é viável fazê-lo assim”.

Acredita que só trabalhando em equipa é possível alcançar o sucesso. Foi com este espírito que arrancou para aquele que é o segundo projeto de ficção que coordena na Plural e sobre “Para sempre”, Francisco Antunez tem apenas uma coisa a dizer: “espero fazer a melhor novela de sempre”.