Todos temos um professor que nos marcou. Aquele que foi nosso mestre, que fez a diferença, que nos traçou o caminho. O professor que foi mentor, pedagogo, formador, orientador. Diz o dicionário que são sinónimos. Nem sempre.

Talvez por isso todos tenhamos pronta resposta à pergunta: quem foi o seu melhor professor? Porque alguns se distinguem de facto, deixando marca para vida toda. Teremos porventura todos um “teacher prize” pessoal. Eu gostaria de entregar o prémio aos meus professores de eleição, esteios na minha vida. Tive a sorte de ter vários. Foi também neles que pensei quando me honraram com o convite para ser eu a conduzir a cerimónia que vai premiar o vencedor do Global Teacher Prize Portugal deste ano, no próximo dia 19. Aceitei de imediato, com enorme orgulho e na mais firme certeza de que os bons professores fazem os alunos bons, e os alunos bons fazem o mundo melhor.

É afinal nos professores que assenta a base de uma sociedade mais desenvolvida, mais próspera, mais justa. São eles o mais potente motor da mobilidade social, neles assenta o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um de nós. Eles são fundação, o princípio do caminho. Infelizmente nem sempre devidamente reconhecidos, pese embora a sua inegável importância.

A TVI associa-se mais uma vez a este prémio, também conhecido como o Nobel da educação, que reconhece o papel fulcral dos professores. Estar ao lado desta iniciativa é não só uma honra, mas uma forma de contribuirmos para o justo engrandecimento de uma profissão estruturante, individual e coletivamente.

O Global Teacher Prize é muito mais que um prémio, é uma ideia transformadora que semeia os ventos da mudança que urge no sistema educativo, mas que já fervilha no espírito destes professores. Impõe-se discutir o futuro da educação. Há que ouvir, há que pôr os olhos nos bons exemplos. É preciso replicar boas práticas, evidenciar novas necessidades e desafios, sublinhar a transformadora ideia de que cada aluno é um aluno. Acredito que é no estímulo e no respeito por essa individualidade que reside a chave para a aprendizagem. Só assim se conjugará o verbo certo: aprender. Sem isso, ensinar torna-se inutilmente reflexivo. E há por esse país muitos professores verdadeiramente focados nessa transformação.

Este ano foram 119 candidatos de todos os níveis de ensino, de 17 distritos do Continente e Ilhas. Dez finalistas. Um sairá vencedor. No fim vencemos todos, porque da generosa árvore da sabedoria de um só professor se colhem milhares de frutos.