André Ramalho queria “escrever uma saga familiar com temas clássicos e próximos do público português, mas com uma abordagem atual e elementos de suspense”. A novela “Para Sempre”, a próxima grande aposta da TVI a estrear ainda este ano, é a concretização desse objetivo. A estação de Queluz de Baixo continua, assim, a manter o seu ADN, privilegiando projetos de ficção assinados por autores portugueses. “A TVI apostou fortemente na produção de ficção nacional numa altura em que o panorama era dominado pelas novelas brasileiras. Podemos dizer que foi uma aposta ganha porque as estações concorrentes lhe seguiram o exemplo”, destaca o autor.

“Para Sempre” é a segunda novela assinada por André Ramalho, depois do original “A Teia” em 2018. Filho da conhecida argumentista Maria João Mira, André Ramalho não esconde que cresceu a “ouvir discutir histórias”. “É um processo empolgante que naturalmente influenciou as minhas opções. Por pressão familiar, fiz mestrado em Engenharia do Ambiente e trabalhei durante alguns anos em Inglaterra”. Mas, mesmo durante esse período, André Ramalho colaborou com a mãe, “sob um pseudónimo”. Um dia, decidiu “arriscar e voltar para Portugal”, para se “dedicar inteiramente à escrita”.

Com as gravações de “Para Sempre” a decorrerem entre Braga, Soajo e Lisboa, André Ramalho espera conseguir aproximar-se de “todo o público” e mostrar “aspetos menos conhecidos de Portugal”. “Os locais escolhidos influenciam sempre o processo de escrita, na medida em que procuramos que os enredos e as personagens reflitam as características das várias regiões e populações”. Acrescenta: “É também vantajoso para as regiões e para o turismo interno”. 

 

Questionado se prefere as novelas a outros géneros de ficção, André Ramalho não hesita em responder: “Pensar histórias, escrevê-las, vê-las no ar é o que eu mais gosto de fazer. O formato – novelas, séries, filmes – depende da estratégia da estação”.