Ainda criança e a viver em Macau, recorda-se de acompanhar os pais enquanto visitavam lojas de antiguidade. O mundo dos objetos, das suas histórias, inventadas ou reais, sempre o fascinou. Dar-lhes nova vida tornou-se outro dos seus interesses. Pedro Mouzinho, editor de imagem na TVI, defende que “tudo tem uma utilidade, é uma questão de olhar para as coisas de outra perspetiva”.

Aos 43 anos e colecionador assumido, Pedro Mouzinho gosta sobretudo de peças vintage, artigos ligados ao mundo da publicidade, música e televisão. Em casa tem duas jukeboxes, uma máquina de flippers, mais de uma dezena de televisões antigas, “laughing boys” em porcelana chinesa e muito, muito mais. Com quatro filhos, três deles ainda crianças, assegura: “há coisas que os miúdos adoram e pelo menos sabem o que é.”

A paixão por “coisas do arco da velha” é longa e já fez carreira. Pedro Mouzinho teve uma loja na LX Factory, a que chamou de Retroshop, onde era possível encontrar peças únicas, de outros tempos. Os inúmeros quilómetros percorridos à procura de objetos icónicos também o levaram à criação de um programa de televisão, intitulado Retroshow, que documentava as aventuras de Pedro e do seu irmão, Miguel Mouzinho, pelo país fora. “O que me dá mais gozo nisto é conhecer as pessoas e as histórias que estão por detrás de cada objeto”, diz, com convicção.

O maior problema, assume o editor de imagem, é que tudo aquilo de que gosta muito, depois não consegue vender. E o que lhes faz? “Guardo num armazém. Há sempre um dia em que lhes dou nova vida.”