As grandes baleias que atravessam o Atlântico Norte sabem que têm nos Açores uma “área de serviço no meio de uma autoestrada chamada Oceano Atlântico”, casa essa que as recebe sempre de braços abertos.

E esta casa, agora, não deixa os seus créditos em mão alheia, por isso, prepara-se diariamente para receber todos os que a visitam, focando-se na preservação dos recursos e do legado natural das nove ilhas. As grandes baleias são apenas um dos muitos cartões de visita do primeiro arquipélago do mundo certificado como “Destino Turístico Sustentável”.

Nem sempre a convivência entre Homem e Natureza foi pacífica, mas, se os Açores são hoje uma referência internacional no turismo sustentável, é porque temos traçado com visão e propósito o nosso caminho. A Cartilha de Sustentabilidade dos Açores, alinhada com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e com os interesses comuns de instituições e organizações, tais como a Administração Pública Regional; Municípios; Associações; Agricultura e Agroindústria; Mar e Crescimento Azul; Turismo, Cultura e Património; Comércio e outros Produtos e Serviços, veio trazer o compromisso de reforçar o desenvolvimento sustentável de todo o território insular açoriano.

Assim, estamos todos focados na mesma inspiração - a Natureza como geradora de novas dinâmicas - e com a mente norteada pelo desejo de garantir que as futuras gerações possam usufruir dos recursos naturais e culturais. Além de contribuir para o desenvolvimento socioeconómico da região, o turismo sustentável nos Açores apresenta uma variedade de experiências turísticas que transformam as nove ilhas num "destino superlativo", como refere a revista National Geographic.

"Superlativo" porque não procura o turismo massificado, mas antes visitantes dispostos a "não deixar rasto", que queiram desfrutar das paisagens deslumbrantes e viver experiências com impacto positivo no seu dia a dia.

Por outras palavras, os Açores são desafiantes pelo espetáculo natural que oferecem em cada canto e, por isso mesmo, queremos continuar na vanguarda da sustentabilidade. Assim, às muitas opções que o viajante encontra no turismo de experiência (aquele que oferece intensos momentos que enaltecem e, muitas vezes, justificam a viagem) juntamos o que se designa por “turismo transformacional”: um turismo que proporciona viagens de experiências autênticas e que podem levar a uma transformação individual do visitante.

Os Açores não são apenas baleias e mar, são, acima de tudo, as pessoas que o mar ditou e moldou. Como diz a canção, aqui “os meus avós bailavam o pézinho”, e são, também em cujas “veias corre-me basalto negro e na lembrança vulcões e terramotos”. Há a “doçura das lagoas”, “a ternura das hortênsias” e “a ardência das caldeiras”. Tudo isto, em nove ilhas onde as “gaivotas vão beijar a terra”.

Raul Brandão caracterizou bem as nossas ilhas, no entanto, queremos que elas deixem de ser Ilhas Desconhecidas para todos aqueles que estejam preparados para se deixarem envolver num “verde, tanto verde a indicar-me a esperança”. Esperança num projeto, num legado iniciado, mas que se desenvolve com novas linhas a cada passo.