Antes da pandemia, as horas de almoço na Plural eram diferentes: alguns dos editores de vídeo da produtora da Media Capital dirigiam-se para a zona do antigo guarda-roupa, com um tapete enrolado debaixo do braço, e deixavam-se desafiar pela prática do yoga. À sua espera estava sempre a colega Gabriela Amado. A editora de imagem também é professora de yoga: “Nunca ganhei dinheiro a dar aulas na Plural, mas via os meus colegas e percebia que eles precisavam de melhorar a postura. Os editores passam horas sentados. A maioria tem os ombros rodados para a frente, problemas na bacia, na cervical. Ver a evolução deles era fantástico.” 

Gabriela Amado tem 50 anos e o yoga sempre fez parte da sua vida. Porém, só há sete anos, durante uma viagem a Bali, é que decidiu aprofundar os seus conhecimentos. “Costumava ver uma senhora com cerca de 60 anos, muito bonita, que chegava às aulas de yoga de scooter, com os cabelos brancos a esvoaçar e dei por mim a pensar que era aquilo que eu queria.” 

De regresso a Portugal, Gabriela inscreveu-se numa escola no Areeiro. Pouco tempo depois, estava a dar aulas. “O meu objetivo não era ser professora. Queria, sobretudo, conhecer-me. Hoje, no entanto, não me vejo sem dar aulas. O bem que posso proporcionar aos outros tem um valor incalculável.”

Praticante de Yoga Integral, Gabriela Amado encara a atividade com pragmatismo: “Não sou purista. Estamos no Ocidente, temos de adaptar esta prática milenar indiana à nossa cultura, às nossas crenças.” Afirma ainda que sonha “dar uma aula” na Plural para todos os colegas. “Depois do yoga, as pessoas até trabalham mais”, diz, entre risos.